ACTAS  
 
8/24/2015
Sessão formal de Abertura
 
Ana Carolina Sousa

Boa tarde a todos.

Sejam muito bem-vindos à XIII edição da Universidade de Verão da JSD, do PSD e do Instituto Francisco Sá Carneiro.

Tal como vocês, também eu fui, no ano passado, juntamente com o Marco Correia que será um dos vossos Conselheiros, uma dos cem selecionados para aquela que é a melhor escola de formação política em Portugal. Tal como vocês, também nós estávamos sentados desse lado sem saber o que esperar, mas com uma enorme vontade de aprender e de trabalhar.

Mal sabia eu que sairia desta experiência, que tem uma duração tão curta e no entanto tão intensa, carregada com novos conhecimentos de novos modos de trabalho e de novos hábitos. Porque é isto que a UV é: uma formação não só de nível intelectual mas sobretudo de descoberta de nós mesmos, de contacto com os outros, de confronto e superação dos nossos receios.

Aquilo que irão aprender durante esta semana será fundamental para a vossa vida futura, quer ao nível profissional, como é lógico, quer quanto cidadãos ativos e responsáveis.

O melhor conselho que vos posso dar neste momento é que aproveitem ao máximo cada segundo desta experiência. Estes são momentos únicos de aprendizagem, começando nos convidados de excelência com quem terão oportunidade de interagir, passando pelo convívio com os colegas que têm neste momento sentados ao vosso lado.

Lembrem-se que acima do vosso interesse individual estão os valores de companheirismo, entreajuda e respeito, que desenvolverão dentro dos vossos grupos. É esta a alma da UV, que esperemos que honrem e que propaguem.

Com isto, convido-vos agora a assistirem um pequeno filme que resume a minha Universidade de Verão, a edição de 2014, para que possam ter uma ideia do muito que vos espera.

Muito obrigada a todos e boa Universidade de Verão!

[APLAUSOS, VÍDEO]

 
Dep.Carlos Coelho

Muito boa tarde, faço minhas as palavras de quem já vos falou: sejam todos bem-vindos à Universidade de Verão 2015.

Dr. Marco António Costa, coordenador da comissão permanente do PSD Simão Ribeiro, presidente da JSD;

Senhores Deputados Duarte Marques e Nuno Matias, diretores-adjuntos desta universidade;

Carolina e todos os Conselheiros;

Deputado Cristóvão Crespo;

Senhor Presidente da Câmara, que será objeto de uma saudação especial no jantar formal de abertura dentro de duas horas;

Senhores convidados nacionais e estrangeiros;

Caros e caras participantes.

Ontem, um jornalista perguntou-me o que é que nós queremos com a Universidade de Verão. Recordei-me da oportunidade que tive, em Estrasburgo, de conhecer um filósofo espanhol chamado Fernando Savater, é o autor do livro que vos recomendo, a "Ética para um Jovem”. É um intelectual espanhol, basco, com uma grande militância contra o nacionalismo basco; dirigente do movimento Basta Ya contra o terrorismo basco e foi nessa qualidade que lhe atribuímos o Prémio Sakharov no Parlamento Europeu.

Fernando Savater, que hoje deve ter à volta de 68 anos, escreveu em 1997 esta frase fantástica: «se o que nos ofende, ou preocupa, é remediável, devemos pôr mão à obra e, se não é, torna-se ocioso deplorar porque este mundo não tem livro de reclamações». Ou seja, somos convocados para a ação e desconvocados da preguiça. Mas a ação com regras.

Como nos ensinou Francisco Sá Carneiro na que é talvez a citação mais usada: "A política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha”. Portanto, à pergunta do jornalista a nossa resposta é que queremos exatamente isto: convocar-vos para a intervenção cívica e política em nome de valores e com ética.

Têm nas vossas pastas um conjunto de informações relevantes sobre a Universidade de Verão. Algumas informações vão ser-vos dadas ao longo das semanas, entre elas os currículos de todos os nossos oradores. Antes do início do nosso jantar formal de abertura no 1º andar, podem recolher na entrada o primeiro currículo para juntar à vossa coleção, que é do nosso convidado de hoje, o Dr. Marco António Costa.

Nessas pastas verão que têm regras. Há regras para tudo: jantares, trabalhos de grupos, assembleias, aulas, e são regras simples.

Porém, em qualquer circunstância, há cinco regras fundamentais. A primeira é ter vontade: não está ninguém aqui obrigado, quem está aqui quer estar, candidatou-se, pagou a sua inscrição e foi selecionado por mérito próprio. A segunda é querer saber mais. Diz-se que a curiosidade é um sinal de inteligência. Só pessoas preconceituosas e pouco instruídas acham que querer saber mais é um sinal de ignorância. Pelo contrário: querer saber mais é um sinal de inteligência.

A terceira regra é ser pontual. Desde 2003 que tenho feito este apelo bem-sucedido. Peço-vos, uma vez mais, aquilo que pedi nos últimos 12 anos aos vossos colegas: mostrem ao país que nós somos diferentes.

Vamos começar e terminar tudo a horas. Não há derrapagens horárias na Universidade de Verão: para nós, dez horas não são dez e cinco nem sequer dez e dois, mas sim dez horas em ponto.

Grande parte dos problemas nacionais têm a ver com a falta de competitividade e grande parte da falta de competitividade e produtividade tem a ver precisamente com a incapacidade de se cumprirem horários.

Vamos mostrar, uma vez mais, que somos diferentes e conto com a vossa colaboração para o conseguirmos.

A quarta regra é serem solidários com o vosso grupo e com a família da UV. Em quinto lugar: serem construtivos, pois vamos ter muitos instrumentos para isso. Vamos falar de alguns hoje, de como é que podem dar as vossas sugestões para melhorar esta Universidade de Verão.

Quem está cá já está nesse conjunto de informações, verão aí a vossa fotografia e o retrato falado. É uma forma de mostrarmos a nossa cara, nos revelarmos, dizermos uns aos outros o que somos, o que desejamos, sonhamos e o que mais apreciamos.

Estou certo que no final da semana nos vamos conhecer ainda melhor, mas para já temos uma oportunidade de nos conhecermos um bocadinho uns aos outros.

Este processo não foi fácil. Alguns que aqui estão sabem que talvez a única coisa que eu detesto mesmo fazer é o processo de seleção. Fica-me sempre a angústia de que talvez haja alguém que merecesse cá estar que nós não conseguimos meter, porque há sempre muitos mais candidatos que os cem que podemos selecionar. Mas nestes anos todos nunca tivemos a sensação desconfortável de que fizemos más escolhas. Isto é, aqueles que cá estão, nós estamos convencidos que eles são os melhores.

Estamos profundamente convictos que a vossa seleção foi rigorosa e correspondeu à escolha dos melhores candidatos.

Aquilo que vos queria pedir era que através do vosso empenho nesta semana nos provem que tínhamos razão e que nos serenem relativamente a esta angústia.

Quem cá está candidatou-se, foi selecionado e vocês são para nós - como o Paulo Colaço dizia no filme do ano passado - uma seleção nacional.

Vão ver que vos tratamos como uma seleção nacional em tudo: na qualidade do programa e dos oradores, na exigência e no rigor, e em todos os detalhes da organização.

Como é que é um dia típico na Universidade de Verão?

Vou-vos dar o exemplo do dia de amanhã, o primeiro dia de trabalhos da Universidade de Verão de 2015. Começamos sempre às dez horas em ponto. Pedia que chegassem uns cinco ou dez minutos antes, não apenas para recolherem os envelopes que vos vão ser dados sempre que cruzarem aquela porta, mas para podermos começar sempre às dez horas em ponto.

O tema de amanhã será "Falar Claro” e serei eu com o Rodrigo Moita de Deus a falar-vos.

A aula da manhã termina imperativamente ao meio-dia e meia, não há atrasos e temos sempre meia hora de intervalo para depois à uma hora ser servido o almoço lá em cima, na mesma sala onde vamos jantar hoje.

Os jantares são sempre mais formais: estamos sentados e vão servir-nos; já o almoço é sempre buffet , portanto cada um tira aquilo que gosta mais de comer e não há nenhum protocolo.

O certo é que às 14h30 começamos a aula da tarde. Faço-vos o mesmo pedido, que cheguem uns minutos antes, até às 14h20, para que às 14h30 possamos começar. Amanhã será a senhora Ministra das Finanças, a Dr.ª Maria Luísa Albuquerque, a falar sobre finanças públicas sustentáveis.

A aula da tarde termina às 17h. Lá em cima, junto ao bar, é servido um lanchinho entre as 17h e as 17h30 onde podemos beber uns refrescos, comer uns bolos, trocar algumas impressões, fazer uma pausa e confraternizar um pouco.

Às 17h30 começam os trabalhos de grupos no mesmo sítio onde vocês se vão reunir hoje pela primeira vez à noite, a seguir ao jantar formal de abertura.

Não perceberão agora o que vos vou dizer porque ainda não entraram no ritmo, mas vão perceber que vai ser muito difícil largarem os trabalhos de grupo.

Tenho de vos fazer este pedido: não alarguem excessivamente as horas de trabalho, o ideal é que acabem às 19h30 para fazerem uma pausa porque depois o jantar começa impreterivelmente às 20h.

Sei que há alguns grupos que hão de querer trabalhar depois do jantar, faz parte da tradição das outras edições; não contrariamos isso, pois vocês são adultos, mas sugerimos que não o façam excessivamente. Às vezes, na competição que se estabelece, alguns grupos ficam a trabalhar até às cinco da manhã e depois torna-se mais difícil arrancar a horas no dia seguinte.

O jantar-conferência de amanhã à noite será com a Dr.ª Leonor Beleza que será a nossa primeira convidada.

A nossa universidade é interativa. Já sabem que vão ter uma revista de imprensa, pois não queremos que se sintam aqui fechados.

São uma seleção nacional, têm direito a saber o que se está a passar em Portugal, na Europa e no Mundo. Vão receber as notícias através dos grandes cabeçalhos logo à entrada. Quando entrarem na sala um pouco antes das dez da manhã, nos ecrãs essas notícias já estarão a aparecer e também aparecem no televisor do vosso quarto através da UVTV.

A UVTV apresenta um resumo do dia anterior mas também os destaques do próprio dia e ao final da aula da manhã, ao meio-dia e meia quando saem da aula têm a revista de imprensa.

Têm também o canal próprio da UVTV do qual já viram uma emissão com o filme do ano passado.

A nossa universidade interativa também tem um jornal diário, é o JUV, o jornal da Universidade de Verão.

Já receberam o número zero, de boas-vindas, e amanhã receberão o número um e por aí adiante. Quem faz o JUV é o Paulo Colaço, o Júlio Pisa e o João que é o nosso diretor fotográfico. Mas na prática quem fará o JUV serão vocês. Porquê? Porque o Paulo Colaço vai fazer-vos perguntas, vai andar atrás de vocês, vão perceber que o Paulo Colaço é o maior melga que vocês vão ter e, portanto, estão convidados a responder às perguntas e aos desafios que ele, diretamente e através da nossa Intranet, vos vai lançar todos os dias.

Os vossos grupos, num sorteio que terá lugar hoje à noite, serão convidados a fazer uma página do JUV que designamos como YouJUV, o vosso JUV. Isso irá ocorrer de forma a que cada grupo, pelo menos uma vez durante esta semana, terá essa oportunidade.

Nesta universidade interativa irão fazer muitas participações em grupo e vão estar organizados por grupos. Já sabem qual é o vosso grupo, consta dos vossos crachás, receberam uma carta do Nuno Matias e do Duarte Marques em que o vosso grupo é referido.

Mas também podem fazer participações individuais, que não são mediadas pelos grupos e residem somente sobre a vossa iniciativa pessoal. Dessas participações há as que são obrigatórias e as que não são.

As participações não-obrigatórias são as perguntas, as sugestões, o "Achei Curioso”. Aí tomámos como exemplo o nosso benjamim, o Gabriel Mateus de Albuquerque. Já têm esses impressos no envelope que vos foi entregue na credenciação.

Têm todos os dias a possibilidade de fazer perguntas a duas personalidades: ao convidado ao jantar e a alguém que está de fora. Ou seja, hoje receberam perguntas ao Dr. Marco António Costa, ao Secretário-Geral Matos Rosa e ao Presidente da JSD, Simão Ribeiro, que como está cá na semana inteira é o único que foge um bocado à regra. Isto é, ele obrigou-se - e agradeço-lhe essa disponibilidade - a responder a todas as perguntas. Todos os outros convidados vão apenas selecionar duas perguntas. Publicamos todas as perguntas na Intranet mas apenas duas serão respondidas pelo nosso convidado e essas são as que serão publicado no jornal da Universidade de Verão. Publicamos as perguntas e as respostas.

No caso do Dr. Marco António Costa e do Secretário-Geral Matos Rosa, as perguntas têm de ser entregues no final desta sessão. Portanto, quando sairmos para irmos ao jantar e receberem o currículo do Dr. Marco António Costa entregam, quem quiser, as perguntas que gostariam de lhes fazer e eles escolherão duas.

No vosso envelope de amanhã terão o convidado do jantar de amanhã, que é a Dr.ª Leonor Beleza e um convidado que está fora, o Dr. Marques Mendes, e poderão fazer-lhes perguntas e eles selecionaram duas que serão publicadas no jornal da Universidade de Verão.

Como perceberam, isto vai repetir-se todos os dias. As perguntas, podem fazê-las em papel e entregam ao apoio, ou na Intranet como explicarei mais à frente.

Outra participação não-obrigatória são as "Sugestões”, podendo ser assinadas ou anónimas. Já têm uma folha branca mas podem requerer mais junto ao apoio, se quiserem.

Lerei todas as sugestões, dando naturalmente preferência às que estão assinadas. Se quiserem fazer uma sugestão anónima, já vos explico como podem fazer.

As sugestões que vocês dão, servem para melhorar a Universidade de Verão. Queria que pensassem assim: se fossem o diretor da Universidade de Verão, o que fariam de diferente? São essas as sugestões que gostaria que me enviassem. Dou resposta a todas, dizendo se concordo ou não e, caso concorde, se estou em condições de adotar já nesta Universidade de Verão, ou se por razões organizativas terá de ficar na calha para próximas edições.

Têm também o "Achei Curioso”, em que podem registar um pormenor da organização, uma ideia original, a atitude de um orador, e o Paulo Colaço selecionará os melhores para publicar no jornal. Já o "Gostei de Ouvir” se houver uma citação de alguma aula ou de um momento mais formal, podem escrever a citação, identificando o orador e a citação que vocês apreciaram.

Não há nenhum protocolo relativamente aos prazos, excepto para efeitos de perguntas à distância e de seleção para o JUV. As perguntas à distância têm de ser entregues, se for em papel, até ao meio-dia e meia. Se quiserem colocá-las através da Intranet tem de ser até às 14h30, depois temos de enviar e receber as respostas de fora até à hora do jantar para serem colocadas na edição do JUV.

Têm também um desafio do Instituto Sá Carneiro, que quer lançar um dicionário de cidadania. Aquilo que vos peço é que nos digam quais os termos e conceitos que consideram fundamental constar nesse dicionário de cidadania. Basta dizerem os conceitos mas se quiserem justificar o porquê de os escolherem têm um espaço para uma breve justificação. Se acharem que a vossa escolha é tão óbvia que dispensa justificações, basta colocarem no campo do termo e não colocarem nada nas justificações.

Estas são as participações não-obrigatórias: participam se quiserem, convido-vos a fazerem mas não são obrigados a fazerem-no.

As participações obrigatórias são duas: no final de cada aula preencherem este papel que vos vai ser dado amanhã que é "O que aprendemos”, onde queremos que digam uma, duas, três coisas, que acharam mais interessantes e o que aprenderam com essa aula. Se não aprenderam nada dobrarão o impresso e votarão em branco, mas acho anómalo que não haja nada que não considerem interessante, pois seria necessário que o orador fosse francamente mau.

Esta entrega, em qualquer circunstância, é obrigatória.

Temos também outra participação obrigatória que é uma avaliação. Vão ver que na Universidade de Verão tudo se avalia e que todos os dias vão ser solicitadas várias avaliações: umas espontâneas de braço no ar, outras secretas, anónimas.

Esta é a avaliação mais séria que vos será solicitada no final de cada aula. Terão que avaliar os temas em nove parâmetros: se ele é importante, interessante e se trouxe novidades. O "importante” está destacado porque a importância do tema não tem a ver com a forma como o orador o expôs.

Podem achar que a aula de amanhã, "Falar Claro, foi completamente desinteressante mas que o tema é importante. Portanto, se acharem isso devem dar a nota máxima à importância e a mínima no interesse.

A importância, logo, prende-se com a importância do tema em si e se foi ou não interessante já depende da maneira como ele foi dado. Finalmente, se trouxe novidades é o último dos três parâmetros que pedimos que avaliem.

Sobre os oradores, vamos pedir que avaliem o nível de conhecimento que ele mostrou sobre a matéria, o nível de capacidade de comunicação e a empatia que ele gerou convosco.

Sobre os suportes e organização, vão ter de avaliar os textos de apoio se houver, os suportes audiovisuais se houver e se o tempo dedicado ao tema devia ser maior ou menor.

Duas notas sobre a avaliação: a grelha é sempre a mesma, de 1 a 5, sendo que 5 é Muito, 4 Bastante, 3 Suficiente, 2 Pouco e 1 Nada ou Quase Nada. A segunda nota é para que não façam avaliações por simpatia.

São naturalmente influenciados por simpatia. Dou-vos um exemplo concreto: há uns anos, o Eng.º Carlos Pimenta deu uma aula fantástica, das melhores intervenções que eu lhe ouvi, todos os vossos colegas adoraram e quando chegou a altura de avaliar o caderno de documentação deram-lhe uma média de 3, Suficiente. Não seria nada de estranhar se tivesse havido um papel mas não houve qualquer documento distribuído.

Os vossos colegas deviam ter dado melhor nota na capacidade de comunicação e no interesse do tema, mas na avaliação do caderno de documentação deviam ter dado 1, porque não houve nada distribuído.

Ou seja, não façam avaliações por simpatia. Estas avaliações são anónimas, são secretas, ninguém sabe o que vocês estão a votar e vão ser colocadas numa urna.

Porque é que elas são importantes? Porque na base da vossa sinceridade nós recolhemos a vossa opinião autêntica para melhorarmos as próximas edições da UV. É por isso que elas são importantes e é por isso que vos convidamos a serem sinceros nas avaliações.

Todos vocês podem beneficiar da Intranet, o endereço éhttp://univerao2015.com. Podem aceder nos vossos computadores, smartphones, mas quem não trouxe pode utilizar um dos dez computadores que estão junto ao bar. Temos dez computadores para poderem fazer a vossa participação através da Intranet.

Muitas coisas podem fazer por papel, mas recomendamos que façam pela Intranet porque muitos de vós têm, aquilo que eu chamaria, uma caligrafia original...[RISOS].

Portanto, em vez de encontrarem nas transcrições coisas que vocês de facto não escreveram mas parece que escreveram, é mais autêntico escreverem directamente na Intranet.

Têm para isso algo de muito importante, que é a vossa password (que já receberam) e que é a vossa garantia de que quando entram nos computadores os vossos contributos são mesmo vossos. Portanto, se usarem os computadores lá de cima não se esqueçam de fazer log off , senão pode vir um colega vosso a seguir que, ou não se apercebe que a sessão está aberta e faz contributos em vosso nome, ou apercebe-se e faz-vos uma partidinha e coloca coisas que vocês objetivamente não queriam colocar, inclusive perguntas a personalidades. Daquelas perguntas que se calhar até queriam fazer mas que não ousavam.[RISOS]

Para garantir que isso não acontece, recomendo que efetuem o log off para protegerem a vossa password.

No final da semana podem estar fartos de tantos papelinhos que irão receber. Vão olhar para nós com raiva e dizer que estes gajos são doidos pela burocracia. Não é burocracia. É que para nós a vossa opinião é importante.

Ao longo dos anos os vossos colegas fizeram o mesmo exercício. Se estivessem cá na primeira edição não tinham pastas com informação, UVTV, YouJUV, simulação de assembleia, "Falar Claro”, apresentações de trabalhos de grupos, revista de imprensa, visita a Castelo de Vide, debates oponentes; a UV era mais curta, tinha menos dias; e têm isto tudo, hoje, graças à avaliação dos vossos colegas que sugeriram todas estas inovações.

É o mesmo exercício que vos vamos pedir ao longo da semana e no último dia, a última coisa que farão antes da sessão formal de encerramento será uma avaliação global, como fizeram os vossos colegas.

Contamos com a vossa opinião para melhorar as próximas edições da UV.

Quero terminar falando-vos de pedras. Tenho aqui uma pedra, é um calhau de mármore. Uma pedra é uma pedra. Um mais distraído tropeça nela. Um mais violento pode usá-la como arma. Um construtor utiliza para edificar. Um pastor cansado, no campo, utiliza-a para se sentar e repousar. Uma criança pode utilizá-la para brincar com ela.

David utilizou uma pedra para matar Golias. Miguel Ângelo utilizou uma pedra para fazer uma das mais belas obras do Renascimento, a escultura "Pietà”, representando a dor de Maria com o filho, Jesus, morto nos braços, que está na Basílica de S. Pedro no Vaticano.

Pois bem, esta pedra é a mesma pedra. É uma pedra onde se tropeça, que podemos usar como arma, para edificar, para nos sentarmos, para brincarmos, ou para fazermos uma obra de arte. A pedra é aquilo que dela quisermos fazer.

Na nossa vida pessoal e profissional, estamos mais habituados a nos lamentarmos e a contar as pedras que encontramos no nosso caminho, em vez de pensarmos como, com elas, podemos fazer a diferença.

Se conseguirmos ajudar-vos a olharem para as adversidades de outra maneira, já nos daremos por felizes. Este é o meu desejo, é que sejam felizes na Universidade de Verão 2015.

[APLAUSOS]

 
Simão Ribeiro

Muito boa tarde a todos. Diria eu que nos dias de hoje, fazer política, antes de ser um exercício de cidadania, é um autêntico ato de coragem no nosso país.

Constitui a decisão livre e consciente de cada um de dar o melhor de si ao seu próximo e à sua comunidade. Tenho à minha frente uma verdadeira seleção nacional daqueles que decidiram sair da sua zona de conforto para se formarem melhor e darem um contributo mais válido e mais útil ao seu país.

Se hoje a Universidade de Verão é a mais conceituada e credibilizada das escolas de formação política em Portugal, tudo deve a um homem: um homem que escuta quando muitos outros discutem violentamente; alguém para quem os jovens não são o futuro mas são sim um presente absolutamente decisivo; alguém que empenhou grande parte da sua vida a formar gerações de jovens cidadãos de elevadas qualidades – não só políticas, mas sobretudo qualidades humanas.

Todos os partidos adoravam tê-lo, mas apenas nós temos o privilégio de ter o Carlos Coelho como reitor da Universidade de Verão.

[APLAUSOS]

Caras alunas e caros alunos da Universidade de Verão 2015, cumpre-me também cumprimentar alguém que sempre deu a cara pelo nosso partido em benefício do país, alguém que sempre esteve presente nos momentos difíceis de combate político em Portugal e que ao mesmo tempo sempre esteve presente junto da JSD em toda e qualquer ação, ou iniciativa, de formação política, o nosso Vice-Presidente, Coordenador do PSD nacional, Dr. Marco António Costa.

Caros diretores-adjuntos da Universidade de Verão: Deputado Nuno Matias e Deputado Duarte Marques;

Caros Conselheiros e Carolina Sousa, Conselheira da Universidade de Verão que se encontra do lado de cá, mas isso resultou precisamente do mérito de quando estava do vosso lado como aluna da Universidade de Verão;

Caras convidadas e caros convidados;

Caras alunas e caros alunos da XIII edição da Universidade de Verão.

Albert Einstein dizia que insanidade é fazer todos os dias a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Insanidade maior, diria eu, seria trazer grande parte deste grupo para aqui para a Universidade de Verão e tentar evangelizá-los.

Tentar trazer para aqui um grupo heterogéneo como vocês, composto por homens e mulheres com experiências diferentes, oriundos de locais diferentes do país - mas que vos unem os vossos sonhos e a vontade que têm de mudar Portugal - precisamente e só para vos ensinar o politiquês, o ataque gratuito e desprovido de qualquer sentido, ou então o ataque sem qualquer utilidade política ou cívica.

Insano seria precisamente trazer-vos para vos evangelizar numa espécie de doutrina seguidista na política. Para nós - acreditem -, formar é tudo menos formatar.

[APLAUSOS]

Para nós, formar não é formatar.

Quanto mais verdadeiros forem, quanto maior for o vosso sentido crítico, quanto mais pensarem pela vossa própria cabeça, mais útil será o contributo que darão a Portugal. É isso precisamente que vamos estimular em cada um de vós.

Durante esta semana serão testados os vossos limites. Aprenderão, talvez como nunca, o verdadeiro e derradeiro significado do que deve ser trabalhar em grupo. Durante este tempo, a palavra cansaço ganhará um novo significado na vida de cada um de vocês.

Mas, caras "uvianas” e caros "uvianos”, com os melhores aprenderão Economia e Finanças Públicas, Inovação Social, Ambiente e Coesão Social, Ciência Política e ainda haverá espaço para refletir o que se passa na nossa Europa.

Muito mais importante que tudo isto, aprenderão nesta casa, que na política há espaço para a amizade verdadeira e que tem sempre que haver lugar para o respeito pelos nossos adversários como tudo na vida.

Aprenderão que para que possa valer a pena, todo e qualquer ato público tem sempre de ser desempenhado com ética, rigor, espírito de sacrifício e, sobretudo, com sentido comunitário.

Sejam, portanto, muito bem-vindos à Universidade de Verão, apertem os cintos, a viagem começa hoje.

[APLAUSOS]

 
Marco António Costa

Caras amigas e caros amigos, uma boa tarde a todos.

Espero que aquilo que foi aqui vaticinado que irá ocorrer nesta Universidade de Verão seja plenamente atingido, fundamentalmente nos resultados que serão recolhidos aqui no fim desta semana de trabalho, mas particularmente nos resultados que seguramente serão colhidos no vosso trabalho futuro ao serviço de Portugal, municiados desta informação e desta formação que esta universidade vos pretende dar.

Saber que o nosso partido continua a fazer da aposta na formação e na preparação das gerações mais novas uma aposta central da sua ação política interna, é saber que estamos a preparar o futuro de forma mais segura e, acima de tudo, de forma mais competente.

Nesta circunstância, gostaria de vos saudar e à Comunicação Social que nos acompanha ao longo de todas estas universidades, dando eco àquilo que cá acontece.

Esta universidade, apesar de não tratar nem estar envolvida na temática da preparação das próximas eleições legislativas, não deixará de ser simultaneamente um espaço de observação atento dos meios de Comunicação Social, porque muito do que aqui for dito terá reflexo no exterior e no debate político que se inicia em Portugal em direção às eleições legislativas.

Por isso, esta é uma universidade histórica. É nesse âmbito também, que quero saudar o senhor Presidente da Câmara e todos os autarcas presentes, e saudar os convidados nacionais e estrangeiros que cá estão.

Permitam-me também uma palavra à juventude do MPLA que está aqui representada.

Queria dar uma palavra especial de apreço e saudar o nosso companheiro Carlos Coelho e toda a organização que com ele montam e colocam de pé esta extraordinária Universidade de Verão.

Há muito trabalho ao longo do ano, invisível, e há muita gente a trabalhar para tornar possível àqueles que estão aqui nesta Universidade de Verão.

Com os reitores-adjuntos que o acompanham neste trabalho fica-se a saber que já há também uma transmissão de responsabilidade e um alargar de cultura para que esta Universidade de Verão não seja a história de um homem só, mas sim a história de uma geração que dá lugar a outras gerações na responsabilidade de ir cultivando este caminho em conjunto.

Isto faz do Carlos Coelho um exemplo entre nós: de humildade, de serenidade, mas também de consistência e coerência de uma vida dedicada a causas públicas.

Por isso, Carlos, num tempo em que se discute tanto o tema da coerência, da constância e também da garantia de que somos capazes de levar mais longe os nossos desafios, tu és um bom exemplo daquilo que o PSD consegue fazer com os seus quadros e com pessoas do teu calibre intelectual e pessoal.

[APLAUSOS]

Caro companheiro Simão Ribeiro, Presidente da JSD nacional, é uma grande responsabilidade liderar a maior e mais importante estrutura de juventude portuguesa. Mas, acima de tudo, estou certo que será também um orgulho poderes contribuir de forma decisiva para o trabalho que temos pela frente nos próximos tempos.

Esse trabalho é decisivo, não para a minha geração, mas para a tua geração e para a geração destes jovens que aqui estão hoje.

Portugal espera e conta continuar um caminho de recuperação e de afirmação de um tempo que é de confiança e de coerência.

Esta é a terceira sessão em que eu tenho o privilégio e a honra de poder estar presente, em sessão de abertura.

Nesta circunstância queria dirigir uma palavra especial a duas pessoas cá presentes dado o tempo que vivemos: ao nosso cabeça de lista pela coligação Portugal à Frente, Cristóvão Crespo e também à Ana Isabel Abreu que é representante do CDS/PP nesta coligação.

Eles simbolizam, neste distrito, a harmonia que se construiu nesta coligação que junta dois partidos, não por taticismo, ou eleitoralismo, mas acima de tudo por querer continuar a trilhar um caminho de responsabilidade e de estabilidade, que Portugal precisa.

Se em 2013 vim a esta Universidade de Verão dizer que começávamos a conhecer sinais de retoma, em 2014 recordo-me de estar nesta Universidade de Verão depois de termos perdido poucos meses antes umas eleições. Também depois de termos o Partido Socialista, em 2014, após ter vencido umas eleições, mergulhado numa profunda instabilidade interna porque havia quem entendesse que a vitória tinha sabido a pouco.

Ora, o que há de paralelismo entre o ano passado e este ano? É que este ano não estamos no pós-eleições mas estamos no pré-eleições. Este ano estamos no período pré-eleitoral das legislativas de 2015, mas temos o mesmo Partido Socialista mais uma vez mergulhado num processo interno de falta de confiança no futuro e mergulhado num conjunto de episódios que fazem com que se instale nele uma dúvida metódica sobre se as mudanças que realizaram no ano passado eram as necessárias para o caminho que desejavam trilhar.

Isto é, tal como em 2014, em 2015 temos um Partido Socialista que não é fator nem de confiança nem de estabilidade. É um Partido Socialista que, tal como em 2014, vive instável e preocupado com o seu próprio futuro.

Há uma crise de confiança interna, não gerada pela ação política da maioria, mas pelos erros de estratégia permanentes que têm sido cometidos pelos responsáveis máximos desse partido.

Numa palavra, o Partido Socialista tem tido dificuldade em acertar o passo com a realidade e, sobretudo, com Portugal.

É neste sentido que vos quero falar de Portugal e é a falar de Portugal que importa lembrar o caminho que fizemos e aquele que queremos fazer.

Numa breve alusão ao caminho que fizemos, recordo que os erros de governação com modelos com uma indução de consumo e de procura interna em 2009 e 2010, tendo sido 2009 um ano eleitoral em que se conjugavam três eleições, um Governo socialista levou Portugal em 2011 a um resgate.

Esse resgate levou o país a passar por um período de recessão muito forte até 2013. Mas nesse período de recessão, aquilo que aconteceu, foi um governo que assumiu as responsabilidades, não cruzou os braços, não se deixou impressionar pelas dificuldades e encetou um conjunto de reformas importantes em Portugal: na Administração Pública, nas Finanças Públicas, na Economia, no mercado de trabalho, na Justiça, na Educação e na Saúde; que tornou possível que essas reformas dessem lugar a uma retoma.

Isto é: resgate é igual a recessão; reforma é igual a retoma.

Uma retoma que não foi fácil de ser alcançada. Durante o período de lançamento e aprovação das reformas, num tempo em que cumpríamos um pesado resgate, os portugueses confiaram e não desistiram.

Em contraponto, a oposição fez coro num discurso pessimista e negativista não acreditando nem confiando. Ora, não podem vir agora reclamar confiança aqueles que não confiaram em Portugal e nos portugueses nos momentos de maior dificuldade e de maiores desafios.

Esta retoma não é uma promessa, como muitos hoje fazem, para o futuro. É, antes de mais, um facto. A retoma que hoje Portugal vive não é uma promessa como muitas daquelas que muitos partidos da oposição fazem quanto ao futuro que procuram projetar, mas é um facto nas nossas vidas.

Vejamos: a produção industrial recuperou e no 2º trimestre de 2015 teve novamente um crescimento homólogo de 2%; as exportações continuam a crescer atingindo valores históricos como aconteceu em Abril com mais de 9,7%; o crescimento económico, pelo 7º trimestre consecutivo, atingiu um valor de 1,5% em termos homólogos; a criação de empresas atingiu um dos valores mais elevados de sempre com a criação de 2,5 empresas por cada uma que fecha. O emprego, esse, felizmente para mais de 200 mil portugueses não é uma promessa, é uma realidade, um facto nas suas vidas.

Por muito que seja escamoteado pela oposição, desvalorizando os números do INE e do IEFP, e que eles prometam mais centenas de milhares de empregos para o futuro, a verdade é que há mais de 200 mil portugueses que hoje sabem que a retoma lhes trouxe um posto de trabalho.

Essa retoma que é um facto e não uma promessa como muitos hoje fazem na vida pública, também existe na redução do desemprego.

Hoje o número de desempregados registados pelo INE é inferior àquele que existia quando nós assumimos a governação em 2011. Por muito que isto custe ouvir à oposição.

Já nem nos lembrámos de falar de juros da dívida pública: passamos de uma situação de não ter crédito a termos juros negativos da nossa dívida pública. Parece um facto não normal, uma coisa tão longínqua, a realidade de há poucos anos atrás, até mesmo alguns meses atrás ninguém nos querer emprestar mais porque já não tinham confiança em Portugal.

Executámos o QREN de forma exemplar e lançámos um novo programa de investimentos estruturais para o futuro, o Portugal 2020 com fundos comunitários, que abre um novo espaço de afirmação de uma economia mais competitiva, geradora de emprego. Mas também de uma intervenção num Portugal 2020 através de fundos comunitários num país mais solidário, tendo um programa nacional próprio para inclusão e solidariedade, como nunca teve no passado.

Muitos falam de confiança, ora o clima económico e os seus indicadores - não são do PSD, nem do CDS, mas do INE - dizem que atingiram o nível mais elevado desde 2008 recentemente. A nível do comércio, que tantos dizem querer defender através da indução ao consumo e ao mercado interno para que o comércio atinja valores de atividade económica, é o valor mais elevado desde Junho de 2001.

Isto não são números do nosso partido, isto são números do INE.

Fala-se em confiança dos consumidores, que é preciso repô-la, ora essa confiança reiniciou-se em Janeiro de 2013 e em Julho de 2015 atingiu o valor mais elevado desde Abril de 2002.

Julgo que estes números e estes factos falam por si, de forma clara e suficiente. Não é preciso apregoar confiança; nós construímo-la todos os dias no nosso trabalho ao longo destes quatro anos de governação.

Como vêem os consumidores estão confiantes. Não é necessário meter o país em aventuras nem em contos de crianças para recuperar a economia.

Para recuperar a economia contámos com as exportações, com a ajuda que essas exportações e o crescimento da economia gerarão na recuperação do rendimento das famílias e naturalmente na indução do consumo.

Os contos de crianças dão lugar, por norma, a mais resgates, a um filme que podemos ver hoje completo. A Grécia mostra a evidência do que resultam as aventuras e as promessas irrealistas.

Aqueles que em Janeiro clamavam de alegria pela vitória do Syriza, hoje evitam o assunto Grécia e afirmam já que não é tema de prioridade nas suas conferências de imprensa.

É como se um tabu se tivesse abatido sobre o maior partido da oposição: a Grécia desapareceu do mapa político, do discurso, da nossa oposição.

O Dr. António Costa - recordam-se - rejubilou na noite eleitoral da Grécia a vitória do Syriza. Hoje, não esconde o incómodo e até o enfado quando os jornalistas perguntam sobre o processo que está a decorrer na Grécia.
É constrangedor ver como o PS vive angustiado com este tema e como alguns políticos fogem como o diabo da cruz do tema Grécia.

É caso para dizer que a confiança não se reclama, nem se apregoa, mas sim constrói-se com coerência e resultados e não com promessas e incoerências.

Recordo que quando apresentámos a reforma do mercado de trabalho e a aprovámos em concertação social em 2012, e a reforma do IRC que aprovámos com o apoio do anterior líder do PS em 2013, muitos criticavam essas reformas. Diziam que não resultaria em mais investimento privado, na geração de mais emprego, mas que levaria a uma quebra da receita fiscal e que colocaria em perigo aquele que era o caminho de recuperação das nossas contas públicas. Hoje, pelo resultado que conhecemos da execução orçamental, podemos dizer que eles mais uma vez se enganaram.

A reforma do mercado de trabalho feita em concertação social, a reforma do IRC feita na Assembleia da República com a participação externa dos parceiros sociais que se empenharam vivamente para que ela acontecesse, não só gerou mais receita como maior investimento, mais confiança dos investidores, mais resultado e crescimento económico e, acima de tudo, gerou mais emprego. O resultado fiscal está à vista.

Aqueles que não acreditaram, hoje estão embaraçados com aquilo que se está a conhecer, mas não aprenderam com os seus erros. Vão de embaraço em embaraço, sem nunca saberem recuperar dos erros que cometem.

Nós apresentámos aos portugueses um programa para o futuro mas com um passado de provas dadas e com resultados, que no devido tempo anunciámos ser possível atingir e que agora estão à vista de todos.

Não fizemos propostas vãs e apresentámos propostas e objetivos que hoje se concretizam como eu acabei de referir.

Hoje, Portugal olha para o futuro com mais confiança. Foi a confiança que em conjunto a maioria e os portugueses construíram ao longo destes quatro anos de Governo.

Mas temos ambição de olhar para o futuro e saber que há muitas reformas para continuar e é um trabalho que deve prosseguir. Foi, por isso, que apresentámos um programa eleitoral simples. Não temos 20 nem 30 objetivos.

Apostámos em cinco áreas muito concretas e muito simples. Primeiro, o desafio demográfico. Não há país, nem nação, que possa sobreviver com o desequilíbrio demográfico que há vários anos se está a viver e que muita gente falando em surdina dele, nada fez para o colocar na agenda política. Foi o Primeiro-Ministro, no Congresso do PSD 2014, que colocou a agenda da natalidade e da demografia como tema nacional.

Recordam-se que na vossa última Universidade de Verão também foi um tema falado pelo Professor Joaquim Azevedo. O Professor foi a personalidade escolhida para liderar outras personalidades independentes que apresentaram um relatório também independente sobre aquelas que eram as missões que deveriam ser encetadas para remover os obstáculos à natalidade em Portugal.

Portanto, o desafio demográfico, que hoje começa a ter sinais positivos em alguns elementos que são conhecidos, é um desafio que deve continuar por várias gerações.

Não há uma nação sem um povo e nós somos uma nação orgulhosa da nossa história e queremos continuar a ser um povo com esta nação.

Valorizarmos as pessoas; apostarmos na formação, na qualificação; combater todas as formas de desigualdade social implica dar igualdade de oportunidades.

A educação e a formação são o grande instrumento capaz de criar igualdade de oportunidades numa sociedade moderna. É por isso que nós falámos do ensino vocacional, da aposta na autonomia das escolas, na aposta do envolvimento das comunidades locais também na gestão de programas pedagógicos e falámos de uma escola moderna, assente na responsabilidade e nos objetivos, mas também na qualidade e na prestação de provas por todos os agentes escolares.

Falámos em combater as desigualdades e reforçar o Estado Social. Como é bom hoje falar em reforçar o Estado Social.

Durante estes anos de dificuldades, quando todos andavam a dizer na oposição que nós estávamos a acabar com o Estado Social, nós tivemos um programa de emergência social. Esse programa injetou mais de mil milhões de euros em ações concretas para responder à emergência social que o país vivia. Apostámos no apoio aos casais desempregados, reforçando por exemplo a majoração do subsídio do desemprego.

Apostámos na criação de subsídio do desemprego para trabalhadores independentes. Apostámos na criação de subsídio do desemprego para profissionais da área dos pequenos empresários que perdendo o seu negócio não tinham proteção no desemprego.

Apostámos no alargamento da proteção social em Portugal. Mas não estamos satisfeitos. Apostámos em fazer aquele que era o nosso trabalho em tempos de emergência social, mas olhando para o futuro e para os desafios que temos pela frente, entendemos que o futuro existe com um programa de desenvolvimento social.

Um programa de desenvolvimento social que responde a um novo tempo que Portugal vive, um novo tempo de recuperação económica, de crescimento económico e também um novo tempo de oportunidades que devem ser agarradas para uma intervenção pluridisciplinar de vários ministérios dirigidos em conjunto para o combate das desigualdades sociais.

Garante-se assim que nenhum português fique de fora de uma oportunidade de poder construir um futuro melhor.

Falo-vos, por exemplo, do programa Saber Mais, que procura reunir comunidades autárquicas locais, responsáveis nacionais, o ensino superior politécnico e instituições da economia social, na criação de oportunidades de formação e de ensino pedagógico. Também o ensino lúdico-pedagógico ao fim-de-semana para muitos jovens que tenham dificuldades de aprendizagem, nomeadamente oriundos de meios sociais mais desfavorecidos como bairros sociais.

Não cruzámos os braços, nem escolhemos as palavras mais bonitas para dizermos as coisas. Se existe esse problema temos de o combater. Portanto, é o tempo de fazermos o trabalho através de uma intervenção que envolve vários agentes do poder local e central, e a sociedade portuguesa, numa lógica de responder aos desafios que esses jovens precisam de ver respondidos.

Mas foi um tempo em que aumentámos as pensões mínimas em Portugal e continuaremos a aumentá-las no futuro.

Sabem que houve um tempo que aqueles que dizem que têm o monopólio do coração social congelaram todas as pensões em Portugal: de sete e dez mil euros por mês juntamente com as pensões de 200 euros.

Para eles, um pensionista de 240 euros tinha o mesmo valor social que um pensionista de dez mil euros. É por isso que nós não nos conformámos com essa realidade e queremos continuar a fazer o trabalho que fizemos de recuperação do poder de compra dos pensionistas de pensões mais baixas e apostar num combate sem tréguas a todo o tipo de desigualdade social.

Sabem que olhando para a agenda política que hoje está no país há algo que fica muito claro para os portugueses. Hoje a agenda positiva para Portugal está na coligação Portugal à Frente e a agenda negativa, pessimista, derrotista e muito eleitoralista está no maior partido da oposição. Porque não só tenta destruir o trabalho alcançado pelos portugueses que tiveram confiança em si e em Portugal nos anos de dificuldades, como ainda tenta prometer objetivos completamente improváveis e repetir erros do passado que nos conduziram a momentos históricos que não queremos voltar a viver.

Mas, caros amigos e jovens aqui presentes, o nosso quarto objetivo é promover a competitividade e continuar a apostar no emprego qualificado. Também num mercado de trabalho modernizado, capaz de responder à escala global às necessidades que as nossas empresas vão tendo de ter uma mão-de-obra extremamente qualificada e capaz de oferecer um produto final igualmente qualificadíssimo do ponto de vista do valor acrescentado que se obtém.

Por fim, continuar a reformar o Estado numa lógica de o aproximar cada vez mais das pessoas, como temos feito com o programa Aproximar. Com o fim de se ter uma Função Pública que se organiza em função do cidadão e não obriga o cidadão a organizar-se em função do cidadão.

Acima de tudo, uma Administração Pública mais amiga das famílias e mais amiga das empresas.

Queria falar-vos de um desafio eleitoral que se coloca nos próximos tempos, que é chamar os jovens a votar. Chamar os jovens que votam pela primeira vez para lhes dizer que há quatro anos, quando eles não tinham a oportunidade de expressão do seu voto, o país não tinha futuro e que, hoje, que eles podem votar e participar democraticamente no seu futuro, esse país voltou a ter futuro, e o voto deles é importante para acrescentar ainda mais confiança a esse mesmo futuro.

Falar ao eleitorado jovem para nas suas famílias dizerem que hoje olham para o futuro com a confiança de saberem que têm um país que não é o mesmo de há quatro anos atrás. É um país que sabe que agora pode mais. Que agora pode mais, não exclusivamente na retórica, mas na construção de objetivos muito diferenciados.

Termino esta intervenção, como vos disse, com os olhos no futuro.

Dia 4 de Outubro será a data de decidirmos o que queremos para Portugal. Primeiro, se queremos manter o rumo com provas dadas e resultados positivos, ou em alternativa, apostar em propostas irrealistas e em modelos com provas dadas e de má memória.

Depois, sabermos se queremos pensar com imediatismo ou se queremos pensar a longo prazo como um maratonista. Sabermos se queremos continuar a reformar Portugal, ou a regredir para o imobilismo populismo que espera pelas próprias eleições para não desagradar ninguém.

Sabermos se queremos estabilidade, gradualismo e segurança no caminho, ou se queremos apostar em aventureirismos e conduzir Portugal para a instabilidade.

Uma coisa posso-vos garantir: se fomos capazes de nestes quatro anos de trabalho repor a confiança, recuperar a economia e fazê-la crescer, recuperar o emprego, preparar o futuro em tempos de adversidade e de grandes constrangimentos económicos, seremos então capazes de fazer Portugal poder mais no futuro.

Quem conseguiu mais com as dificuldades, conseguirá mais ainda com tempos mais propícios.

Portugal poderá fazer mais no futuro pelo Estado Social, como vos disse, poderá fazer mais pelo emprego e pela valorização das pessoas, pelo combate às desigualdades sociais e na construção de um Portugal sustentável.

Mas se podemos, hoje, dizer de cabeça erguida que Portugal agora pode mais é porque no passado quando podia menos nós acreditámos, não desistimos e trabalhámos para que hoje Portugal possa mais.

Viva Portugal!

[APLAUSOS]

 
Duarte Marques

Boa tarde a todos. Venho apresentar a figura do Conselheiro.

Depois de ouvirmos os bons conselhos do senhor Vice-Presidente do PSD, Dr. Marco António Costa, ficamos com a ideia de que há muito mais união numa coligação de dois partido do que propriamente dentro do maior partido da oposição. Tem a sua graça.

Na Universidade de Verão há uma figura fundamental, além dos alunos, que são os Conselheiros.

Cada um dos Conselheiros da Universidade de Verão vai acompanhar e ser responsável por dois grupos diferentes. Os nossos cinco Conselheiros são todos ex-alunos da Universidade de Verão, são todos ex-alunos do top dez de cada Universidade de Verão em que participaram.

Temos o hábito de rodar as pessoas que fazem parte do staff da Universidade de Verão e alguns alunos dos anos anteriores integram o staff. Uns em funções de apoio, outros como assessores, ou Conselheiros. Ou seja, cada um dos alunos do passado vai deixando o seu contributo na Universidade de Verão.

O Conselheiro de cada grupo não está lá para fazer o trabalho por vocês, ele não está lá para vos substituir, nem para ralhar convosco, ou dizer quando é que fazem bem e quando é que fazem mal.

O Conselheiro do vosso grupo está lá para vos ajudar nas dúvidas que tiverem, para serem também a ligação do vosso grupo à direção da Universidade de Verão, mas sobretudo para puxar pelos que participam menos e controlar um bocadinho aqueles que participam demais.

Portanto, o Conselheiro é o vosso melhor amigo dentro da Universidade de Verão. É com ele que devem contar e que devem respeitar acima de todos.

Garanto-vos que o final vão perceber que a figura do Conselheiro foi muito útil, não só para transmitir a mística da Universidade de Verão, mas para vos ajudar a guiar pelo melhor caminho para terem sucesso.

Cabe-me agora apresentar os Conselheiros de cada grupo. Queria pedir ajuda à Beatriz para entregar ao senhor Vice-Presidente do PSD os estandartes dos grupos Encarnado e Verde, que terão como Conselheiro o eterno, o antigo, o grande Jorge Varela que foi aluno em 2006 e continua a ser voluntariamente, ano após ano, Conselheiro da Universidade de Verão.

Digamos que é o menos novo da Universidade de Verão.

[APLAUSOS]

Agora pedia à Beatriz que trouxesse o Laranja e Rosa que vão ter como Conselheira a mais bela voz da Universidade de Verão, a Tereza Azóia, que foi aluna em 2012.

O próximo Conselheiro é o Fausto Matos, foi aluno em 2010 e vai ser o Conselheiro dos grupos Cinzento e Castanho.

O próximo Conselheiro é o Marco Correia, que foi aluno no ano passado e vai ser o Conselheiro dos grupos Azul e Amarelo.

Para terminar, a Carolina Sousa que já conheceram e que também foi aluna no ano passado. Quer ela, quer o Marco, foram dos melhores alunos do ano passado. Ela vai ser Conselheira dos grupos Bege e Roxo.

Estão apresentados os Conselheiros. Onde virem aquele boneco é o vosso lugar e ai de quem roubar o boneco ao grupo adversário.

Muito obrigado.

[APLAUSOS]

 
Nuno Matias

Muito boa tarde. Também não vos quero roubar muito tempo. Queria dar-vos apenas umas informações telegráficas em relação aos próximos passos.

À saída, pedia-vos o favor de deixarem as perguntas ao Vice-Presidente Marco António Costa e ao nosso Secretário-Geral José Matos Rosa.

Pedia também para recolherem o currículo do nosso Vice-Presidente Marco António Costa, que está na mesa de apoio à vossa disposição.

Pedia-vos também que se dirigissem à sala de jantar, sendo que o jantar começa às 20h e, desta forma, irão juntar-se já no vosso grupo de forma a lançar a reunião de trabalho que terão a posteriori , para que se comecem a conhecer e a interagir.

Porque aquilo que nós desejamos é que no decurso desta UV tenham uma semana exigente, excelente, mas sobretudo uma semana e uma experiência memoráveis e insuperáveis.

Força e muito boa sorte!

[APLAUSOS]

FIM