Manuela Ferreira Leite
Portugal depara-se nos dias de hoje com um grave problema com a sua dívida pública. Pensa que a solução passa por dizer não pagamos (como a Argentina o fez), ou pela reestruturação da mesma ou ainda por outra não referida? “Não pagamos” está fora do meu pensamento e vocabulário, qualquer que seja o nome (reestruturação ou qualquer outro) com que baptize a inevitável operação. A questão está no reconhecimento da inevitabilidade do pagamento da dívida por parte de muitos países nos moldes e prazos estabelecidos nos tratado europeus e com os actuais níveis de crescimento económico. Este reconhecimento é de economista nacionais e internacionais e de outras instituições como o FMI.
José Matos Rosa
Como pensa que a Europa deve combater a ascensão dos partidos antieuropeístas? Os radicais crescem na exata medida de duas incapacidades: a primeira é a de comunicarmos o que estamos a fazer e qual o impacto da ação europeia na vida das pessoas. A segunda é a de nos entendermos ao centro. É no centro que se constrói a paz, que se faz a estabilidade, que nascem as políticas reformistas.
Assim, enquanto os europeus não sentirem a mão da Europa nos pequenos gestos e direitos do quotidiano e os governos europeus não se entenderam naquilo que é estruturante, está criado o ambiente certo para os radicais singrarem.
Henrique Cymerman
Como é que se gere estar ao lado das personalidades mais relevantes das mais diversas regiões? E qual foi a personalidade que mais o marcou? Há duas personalidades que são chave. São as que a mim mais me marcaram. São as entrevistas que eu mais contarei aos meus netos. A primeira está relacionada com uma coincidência trágica: fui eu quem fez a última entrevista a Yitzhak Rabin antes de ele ter sido assassinado.
É uma coisa que eu conto muitas vezes mas enquanto vão passando os anos eu percebo a importância quase estremecedora desse facto.
Aconteceu cerca de 24 horas antes do assassinato. Um assassinato que teve lugar pelo simples motivo de Yitzhak Rabin ter optado por uma política de paz. Isso despertou o antagonismo de um sector pequeno mas mais radical.
O assassino foi talvez o único magnicida da história judaica, justamente num momento tão crítico. É que parecia tudo encaminhado para se pôr termo ao conflito mais antigo da história da Humanidade.
Foi a última entrevista que ele deu. Que ele tivesse cantado em público – uma coisa que nunca tinha feito, porque era um homem muito tímido... o “General da Paz” era um homem muito tímido – que a seguir tenha feito um grande discurso, e depois levasse três balas na cabeça (morreu imediatamente) fez com que a minha entrevista tenha sido, portanto, póstuma. Eu entendi nesse momento que a História ia mudar.
A segunda entrevista é mais recente. Foi há um ano, ao Papa Francisco, uma personalidade que eu encontrei, talvez a mais fascinante até hoje.
Eu continuo a colaborar com ele, desde esse momento. É um homem que está disposto a usar o tempo dele como Papa – um dos líderes mundiais mais importante – para mudar o mundo.
E mesmo sendo eu judeu, identifiquei-me com as mensagens do Papa Francisco, razão pela qual o ajudei em vários dos seus projetos.
Daniela Ruah
Quais foram as principais dificuldades que sentiu quando foi para o estrangeiro e, perante estas, nunca pensou desistir?
Luís Marques Mendes
Tem em conta a evolução que houve com as redes sociais, não pensa que seria mais conveniente para os partidos políticos, nos dias de hoje, deixar de gastar milhares de euros com os cartazes e apostar na comunicação através das redes sociais, após existirem rumores de falência técnica do maior partido da oposição?
Nuno Melo
Qual foi o maior desafio que enfrentou no Parlamento Europeu? Acha que é possível, um estado membro sair da zona Euro ou da União Europeia?
Luís Montenegro
Tendo em conta os milhares de jovens que já saíram do nosso país e tratando-se da geração mais qualificada que o nosso país já viu, gostaria de saber que medidas acha que devem ser tomadas ou então as medidas que o governo já tomou e pretende dar realce? Numa palavra defina esta geração?
Marco António Costa
Que papel os partidos devem ter na formação cívica e política dos jovens de hoje? E, como pensa que os partidos podem combater o "monstro" que é a abstenção?